A base de quase tudo é a educação, mas a base da motivação da mulher e do homem é a emoção. A escola ensina, difunde, partilha emoções e essa riqueza de alvoroços, de energias e de proatividade, de visões, inspirações e de criatividade, tem que ser gerida com mestria, em especial fora da escola, com o propósito pensado de gerar melhorias no futuro na nossa comunidade, nomeadamente na cultura local, como acontece no ensino da música.
A escola do século XXI, da agenda digital, da internet das coisas, do excesso de informação tem de estabelecer novos equilíbrios entre os contactos presenciais e os contatos virtuais, e de trabalhar a inteligência dos alunos para a resolução de problemas, consciente que o mais valioso não é acumular conhecimentos, mas resolver mais problemas diferentes, como acontece na educação ambiental.
Apresento-vos o seguinte problema ambiental: o que pode a escola fazer para aumentar a separação dos lixos recicláveis em cada uma das nossas casas porque registamos no centro de processamento de resíduos menos de 10% de lixos recicláveis quando esse valor devia ser de pelo menos 40%?
Podem julgar que este problema ambiental é pouco importante que não afeta o nosso conforto, a nossa saúde e da nossa família, mas há muitas suspeitas que muitos dos problemas de cancro podem ter a ver com a colocação de lixos na natureza, em especial os particularmente tóxicos, como os pesticidas. Este assunto merece da escola uma particular atenção no desenvolvimento de um conjunto de ações e atividades que despertem a consciência dos alunos e das suas famílias para o que fazem ao lixo.
A escola está no centro dos mistérios. Não me refiro aos mistérios da Silveira e de São João, mas ao mistério definido por Einstein que disse: "o mistério é a coisa mais bonita que podemos sentir; é a fonte de toda a arte e ciência verdadeiras." No meio do mistério está o penso e o faço que precisam de dois cabos para transformar a ideia em ato. Esses cabos são a força de vontade e o amor que têm uma relação estreita com a educação empreendedora. Vontade e amor são, pois, influências fundamentais no desenvolvimento da nossa capacidade criativa e criadora, e das nossas atitudes e práticas empreendedoras.
Numa região autónoma ultra-periférica como os Açores, numa ilha no atlântico norte, como o Pico, num concelho remoto como o das Lajes do Pico, SER ESCOLA HOJE significa envolver mais os alunos e os professores na nossa comunidade, nas nossas 6 freguesias, com novas ideias e práticas empreendedoras.
O Município e a escola devem reforçar os cabos da cooperação institucional e das práticas empreendedoras e nesse âmbito, com o propósito de promover a educação empreendedora, em que o mais importante é não deixar de se questionar, proponho à escola a realização de um Concurso Municipal de Ideias, no próximo ano letivo, de que resultem novas iniciativas dos alunos nas áreas social, cultural, ambiental, empresarial, da educação e formação profissional, mobilidade e acessibilidades, e do ordenamento do território.
As atividades dos três pólos da escola, Lajes, Ponta da Ilha e Ribeiras, em particular a educação empreendedora, contarão sempre com o apoio institucional da Câmara Municipal das Lajes do Pico.
Muitos sucessos nestas Jornadas Interdisciplinares.
EBS das Lajes do Pico, 26 abril de 2017
O Presidente da Câmara
Roberto Silva